Ele mesmo, o tão falado e, no Brasil principalmente, superestimado livro de George Orwell; um romance distópico onde o leitor foca muito na relação Estado/Sociedade, no autoritarismo estatal e nos seus controles sobre a liberdade individual. Esta é uma discussão antiga e desde os primórdios na formação de sociedades, os grupos organizadores tendiam a concentrar o poder e privar o individuo de muitas de suas liberdades, vale ressaltar que a obra foi lançada em 1949 e muitos a consideram uma previsão do futuro, não é, naquela época a União Soviética já estava num regime autoritarista, a Alemanha Nazista e a Itália fascista tinham acabado de cair e, no mesmo ano, houve a Revolução na China e a ascensão do Partido Comunista.
Orwell se tornou um crítico de regimes autoritários e escreveu muito sobre o assunto, levantou um tema importante, mas há um fator bastante explícito na obra do qual poucos falam e, para isso, precisamos entender as origens do escritor.
O seu nome verdadeiro era Eric Arthur Blair, George Orwell era um nome artístico, ele nasceu na Índia, mas é de origem inglesa, para quem não sabe, a Índia foi um dos países colonizados pela Inglaterra, por isso, dentre as dezenas de línguas faladas no país, o inglês é uma das que se destacam, a influência britânica não é tão forte na cultura do país asiático, que mantém muitas de suas tradições, contudo, existe sim uma influência na literatura e, para aqueles que já estudaram um pouco da literatura britânica, sabe que o maior influenciador desta é William Shakespeare, nascido em 1616.
Chegamos ao ponto que eu gostaria de apresentar a vocês, Shakespeare e suas obras são fontes de inspirações primordiais para livros, peças e filmes britânicos e dos seus colonizados, ele é a grande referência, quase que um deus para quem escreve, cria e produz arte em países de língua inglesa e, não foi diferente com Orwell. Uma das principais obras de William Shakespeare e, senão, das obras mais famosas da humanidade, é Romeu e Julieta que, prestem atenção, conta a história de um casal apaixonado, de um romance proibido e impedido pela rivalidade entre duas famílias, perceberam o ponto?
1984 é primeiramente, a história de um casal que se apaixona, Winston e Julia, e eles tentam viver um amor proibido onde um agente externo, neste caso o Estado, impede que este romance aconteça, sim 1984 é uma adaptação moderna com uma crítica social de Romeu e Julieta; aliás, comecem a ler obras da língua inglesa, principalmente de escritores britânicos e, vocês verão as influencias Shakespearianas em quase tudo, muitas vezes bem explícitas.